quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Pintura românica e religiosidade


Apesar da grande quantidade de obras perdidas no decorrer dos séculos, as pinturas românicas mais importantes ainda resistem. Além da pintura em quadros, boa parte dessas representações estão em murais de edifícios como também nos códices, manuscritos em madeira utilizados nas idades Antiga e Média. No caso desse tipo de manuscrito, uma característica marcante é o tamanho reduzido das pinturas.


Assim como na escultura o tema religioso é o alicerce das pinturas românicas, imagens que representam passagens do velho e do antigo testamento estão presentes, assim como também a vida dos santos. Além dessa característica temática, outro aspecto chama atenção, o fato de que as imagens representadas possuem um caráter muito mais de fazer um relato, do que de decoração, procurando mais destacar as expressões do que a beleza. É comum devido a esse aspecto a representações simbólicas do cenário que se quer expor, uma planta pode significar o paraíso, riscos podem representar o mar.




Essa visão de simplicidade pode ser observada em um traço comum utilizado pela maioria dos mestres europeus. Para a representação dos rostos, utilizam-se simples linhas para a composição da face, dessa forma, uma linha compõe a sobrancelha e o nariz, duas os lábios e assim formam-se as faces.

Foram nos edifícios das igrejas onde as principais manifestações das pinturas românicas afloraram. Cobria-se todo o edifício, destacando a abside como local de destino para a pintura principal. Era freqüente essa pintura central ter como tema o Cristo entronizado ou Pantocrátor, que tem uma significação permeada pelo reinado de cristo, onde o mesmo é representado dentro de uma moldura em forma de amêndoa, dando ênfase na exaltação do Cristo rodeado de santos, esse estilo foi característico da região da Catalunha na Espanha.



Tendo como principal cenário de surgimento a Itália, ganha força entre as artes românicas a produção de mosaicos, onde o artistas utilizam pequenas peças de pedra, cerâmica ou vidro para formar imagens, com forte influência da cultura bizantina, principalmente na cidade de Veneza, onde o tráfego e o contato com pessoas de outras regiões eram freqüentes, é dessa arte que surgem os primeiros vitrais coloridos, que se tornará uma característica essencial para o gótico.

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