quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A arquitetura[1]

A arquitetura românica é marcada por soluções particulares e regionais. No entanto, quatro pontos permitem-nos falar de tal arte, a saber: a igreja, como edifício típico; as estruturas curvas em pedra (abóbadas); construções articuladas e maciças, com fortes efeitos claro-escuro; e, por fim, uma hierarquia da arte, segundo a qual a arquitetura é dominante (depois aparecem: pintura, escultura e mosaico).

Segundo Conti ([1978], p. 9), o elemento fundamental da arte românica é o segundo, as abóbadas, pois elas constituem, de fato, um “estilo”.

I. 1- A abóboda como fundamento da arte românica

A abóbada constitui-se em superfície curva que recebe toda a carga na sua parte mais alta e a distribui à parte mais baixa, seguindo a curvatura. (Cf. A Catedral de Durhan, Inglaterra, 1066).


[1] As imagens aqui expostas foram extraídas da WIKIPÉDIA, mediante acesso à internet nos dias 04 e 05/10. Mais: acessar www.wikipédia.com.


São vários os tipos de abóbadas. Pode ser de berço, semi-cilíndrica ou de arestas. Esta última é a típica abóbada românica, porquanto conhecida dos romanos, provindo da intersecção em ângulo reto de duas abóbadas de berço. A abóbada de aresta necessita de quatro pilares ou colunas que lhe dêem sustento no seu vão. A sua grande vantagem é, pois, poder ser construída em todas as direções.

I. 2- Da abóbada para o tramo

O tramo é fruto da união entre a abóbada de aresta com os seus suportes. O típico tramo românico é o que apresenta quatro pilares dispostos nos ângulos de um quadrado, ligados uns aos outros mediante os arcos semi-circulares. (Cf. Basílica de São Zenão de Verona, Itália).

Podemos distinguir dois significados nesta forma de tramo (Cf. CONTI, [1978], p. 15-16). O primeiro é estrutural: o nascer da concepção da arquitetura como “esqueleto de sustentação”, com a invenção das nervuras, funcionando a abóbada mais para cruzar o espaço do que para sustentar o peso da cobertura.

O segundo aspecto é estético. Assim, o tramo passa a ser considerado o âmago da construção românica, constituindo todo o organismo, ao qual devem se ligar os demais elementos da construção.






Igreja de Saint-Philibert, em Tournus: a igreja aparece como um conjunto de tramos.

I. 3- As variações regionais na arquitetura românica

A França desponta como um dos países mais ricos em realizações românicas. Entre seus elementos particulares, podemos destacar as múltiplas absides e a fachada de dupla torre. As múltiplas absides devem-se, por exemplo, às constantes peregrinações religiosas do período.

Igreja de Vézelay, múltiplas absides.

Na Alemanha, a arte românica teve também suas peculiaridades. Pode-se destacar aí o coro duplo, na qual fica a igreja entre duas massas absidais. (Cf. greja de ISão Miguel, Hildestein/Alemanha, século XI).



Na Itália, por seu turno, o românico é basicamente o contrário da Alemanha: prefere-se a separação das atividades do centro religioso. É típica na Itália a igreja ladeada pelo campanário e defronte de um batistério.

bn

I. 4- Os exemplos decorativos

O elemento decorativo principal é a arcada, quer dizer, o arco e seu suporte destacados na fachada. Sobre isso, a igreja de Santo Ambrósio e a Catedral de Pisa são bons exemplos.

Embora fosse comum ver tão-só a utilização de pedra e tijolos, existia também a decoração românica colorida, seja sobre o reboco, seja com os mosaicos. Cores vivas e desenhos demasiado caracterizados, assim, apareciam em igrejas e demais edifícios, como o prova a imagem abaixo.

Interior de Notre-Dame-La-Grande, em Poitiers.

Um dos elementos decorativos mais imponentes da arquitetura românica é o arco. Há freqüentemente, na parte inferior do arco, uma alternância de pedras claras e escuras, surgindo, assim, a “bicromia”, jogo claro-escuro característico da arte românica. Vejamos, por exemplo, a Catedral de Speyer, na Alemanha:

I. 4- Os exemplos decorativos

O elemento decorativo principal é a arcada, quer dizer, o arco e seu suporte destacados na fachada. Sobre isso, a igreja de Santo Ambrósio e a Catedral de Pisa são bons exemplos.

Nas igrejas românicas ainda se afirmaram os portais como elemento de decoração. O Pórtico da Glória de São Tiago de Compostela é o exemplo exposto acima.